
Capítulo 1 (Parte 1 | Parte 2)
Há dias um AGAPe foi visto atacando civis perto do bairro de Moradia. Costumo dar "apelidos" aos AGAPes. Catalogamos-os como 1, 2, 3... mas gosto de dar meu toque especial. Chamei a criatura de Lobo Gambá. Nada mais era que um lobo peludo de pelo azulado com uma faixa branca na cauda e que exilava uma fedor insuportável quando se aproximava.
Saímos da base (local onde os caçadores de monstros se reúnem) com Caioviskhy ainda murmurando sobre não querer ser comandado por uma garota. Luis caminhava atrás de mim porém eu tentava não me distrair. Nunca havia ficado na mesma equipe que ele.
Acampamos próximo a casas de madeira. Uma senhorinha saiu pela porta e nos convidou para passar a noite em sua casa. Aceitamos, apesar de demorarmos a imaginar como doze pessoas e suas tralhas caberiam naquele casebre.
A noite chegou e Suzana saiu pela porta e olhava as estrelas que não eram ofuscadas pelas luzes da Praça Sextante ali perto. Aproximei-me.
- O que faz aqui?
- Estou esperando a criatura? Ela deve aparecer a qualquer momento. Devemos estar preparadas para quando ela vir.
Fiquei ao seu lado enquanto todos dormiam. Era o primeiro dia da Equipe 98 e devíamos ficar alertas, mas se não fosse Suzana, até eu estaria dormindo. Esperamos por três horas,
- Vamos dormir! - disse eu a Suzana que concordou com a cabeça.
Apenas um toque com o pé para dentro da casa e ouvimos um barulho vindo da vizinhança seguido de um grito. Corremos e em um só grito toda a equipe já estava toda de pé. Corremos enquanto deixamos a velhinha anfitriã para trás sussurrando um "Deus os abençoe."
Não foi difícil encontrar uma casa completamente derrubada. "Hoje ele a escolheu." dizia um dos vizinhos. Compreendi que a cada noite a criatura leva uma pessoa para fazer sabe-se lá o quê? Tudo o que encontramos foi sangue, muito sangue. E uma garotinha chorando pelo sumiço de sua mãe. Luis armou-se com sua bazuca.
- Vou atrás da criatura! - disse ele. Não teve jeito, tive que acompanha-lo. Conheço Luis desde o colégio e sei que teimosia é o seu defeito. Não iria perder tempo contradizendo.
- Vou com vocês! - disse Suzana.
- Eu também vou! - disse Gabriel.
- Não! - eu o interrompi - Precisamos de gente para ficar aqui caso a criatura volte.
- Eu não vou ficar aqui! - disse Caioviskhy - Você não manda em mim!
- Você está louco! - disse Gabriel - Devemos obedecer! Ela sabe o que está fazendo.
Partimos sem dar muita atenção a Caioviskhy. Naquele momento encontrar o Lobo Gambá era mais importante.
Adentramos uma floresta fechada e seguimos um rastro de sangue que seguia mata adentro. Enquanto olhávamos para baixo para não perder as pistas, Luis olhava para cima mirando com sua bazuca caso a criatura aparecesse. O rastro parou em uma árvore onde tudo o que encontramos foram pedaços de carne as quais não conseguíamos descobrir a que parte do corpo pertenciam.
- Ai, meu Deus! - gritou Suzana - Estamos seguindo a pista errada. - ela apontou para um rastro de sangue que vinha da mesma direção, porém fazia uma curva - A criatura está voltando para a vizinhança!
- Mas ela só ataca uma vez por noite. - disse Luis.
- Porém ela está ameaçada por nós. Ela vai tentar pegar um de nós! - raciocinei. - Precisamos voltar!
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