Projeto AGAPe: Caçadores de Monstros - Capítulo 9: AGAPe #8 O Vegetal (Parte 2)

Capítulo 1 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 2 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 3 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 4 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 5 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 6 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 7 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 8 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 9 (Parte 1)

Fui subitamente despertada por gritos e gemidos, um som bem comum para mim. Eu estava no hospital da base. Os gritos de dores dos feridos por AGAPes eram agoniantes, mas não tanto quanto o fato de não saber o que houve com Miranda, se ela estava bem ou o pior havia acontecido. O que mais me espantou foi ver toda a minha equipe reunida em frente ao meu leito. E Miranda não estava entre eles.

Logo fui acalmada por Suzana que me contou que Miranda estava bem, apenas teria que ficar de repouso. No meu caso eu já poderia voltar à ativa. E estava ansiosa para isso. Luís havia se auto declarado líder da equipe enquanto estive ausente, já que os demais integrantes haviam brigado pela liderança. São essas coisas que me impressionam em Luis. Ele é forte o suficiente para meter medo em qualquer um. A primeira coisa que ele fez foi me devolver a liderança.

Antes de sair do hospital fiz questão de fazer uma rápida visita a Miranda em seu leito. Nem parecia aquela garota rebelde de sempre. Estava tão serena. Foi quando Beruccia pediu para ficar com ela. Beruccia e Miranda tinham laços fortes de amizade que eu nem sabia, mas permiti. Claro que Kowalsy pediu a mesma coisa, e não deixei.

Queria a qualquer custo destruir aquela árvore, como uma forma de vingança e também de superioridade, pois não gostaria de ser derrotada por uma planta.

A ideia de Shadow era simples e ao mesmo tempo brilhante. Atacaríamos a árvore de longe. Sua raiz estava presa à terra, a árvore não sairia correndo atrás de nós, certo? E foi assim que nos posicionamos em frente ao Vegetal, e começamos a atirar granadas. A árvore percebeu o ataque, arrancou suas raízes do chão e veio em nossa direção!

- Impossível! - gritou Suzana.

As granadas não faziam efeito algum no Vegetal que seguia em nossa direção, como se seu caule fosse feito de titânio. Por mais que corrêssemos a planta conseguia dar passos largos suficientes para alcançar-nos em poucos minutos, então o jeito foi ataca-lo, mesmo não tendo artilharia suficientemente forte para tal tarefa. Luis atirou com sua bazuca, Shadow com seu rifle e Kowalsky com suas flechas, e os três foram arrancados da equipe, ficando presos pelo pescoço com os ramos da árvore.

Suas expressões eram agoniantes e ao mesmo tempo recorriam-me à lembrança de quando eu estava na mesma situação. O melhor que eu poderia fazer era salva-los o mais rápido que eu pudesse. Pedi para Gabriel para auxiliar-nos no combate com alguma de suas "fórmulas mágicas". Mas em pouco tempo lembrei-me da cena traumatizante dele deitado com minha mãe e neguei sua ajuda.

- Por que recusas meu experimento? Há três vidas em jogo aqui!

Tentei ignora-lo e pedi para Kenji me ajudar. E assim ele fez. Puxou Ken de suas costas e partiu em direção à criatura-planta. Conseguiu arrancar apenas uma de suas folhas antes de ser puxado pelo pé por um dos ramos. Depois os ramos foram se encostando até que estavam presos em seu pescoço. Realmente a criatura foi feita para matar aqueles que se aproximassem dele.

Caioviskhy me disse que "se fosse líder" pediria a ajuda de Gabriel. Ele estava certo, mas era mais fácil para ele. Não foi sua mãe que dormiu com o Gabriel. Mas talvez ele fosse a única solução para nosso dilema.

Enquanto eu pensava Gabriel já estava com setenta e cinco porcento da fórmula já preparada, mas Luis, Shadow, Kowlasky e Kenj já estavam com setenta e cinco porcento da vida esvaída. Isso é uma história muito complicada, mas aquele não era o momento certo para resolve-lo. Aceitei a fórmula de Gabriel.

Atiramos o sei-lá-o-quê na raiz do Vegetal que foi absorvendo sua força vital. A planta foi secando e definhando. Um a um os membros da equipe foram caindo aos pés da planta e em pouco tempo tudo o que restou foram galhos secos daquilo que um dia conseguia andar por aí assassinando pessoas.

Kenji, Caioviskhy, Luis e Kowalsky estavam quase desmaiados, mal se erguiam, mas estavam bem e não chegaram ao estado catatônico que cheguei. Agora eu queria falar a sós com Gabriel, pois aquela história não me assombraria mais em outra missão, mas antes que eu dissesse qualquer coisa ele virou para mim e disse:

- Vamos matar essa história aqui!

- Não! - respondi. - Você dormiu com minha mãe!

- Prometo que não farei mais!

- Esse é o problema. Se abandona-la será muito cruel, mas nunca o verei como meu novo pai ou padastro. - Respirei fundo. - Você está fora da equipe.

- O quê?! - espantou-se.

Não demorou para Caioviskhy caçoar de Gabriel, mas eu estava decidida. Ele deveria ir para outra equipe, mas não faria mais parte da Equipe 98. E pedi para que a história terminasse ali.

Levei os quatro machucados e aproveitei para visitar Miranda, mas antes disso contei minha decisão com Henrique, que se enfureceu comigo.

- Você não pode fazer isso! - ele gritou. - Gabriel será da Equipe 98 até segunda ordem!

Contei-lhe sobre o fato dele atrapalhar-me nas missões mas Henrique disse que aquilo não era desculpa, e como líder eu não deveria agir daquela forma. Cabisbaixa fui encontrar-me com Miranda em seu leito. O que vi me fez para sempre ter pena de Kowalsky.

Miranda e Beruccia estavam se beijando na boca.

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