Projeto AGAPe: Caçadores de Monstros - Capítulo 9: AGAPe #8 O Vegetal (Parte 1)

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Gostaria de explicar o que havia acontecido, mas tudo que fiz foi retirar-me de casa e fingir que nada houve. Kenji e Baptista fizeram o mesmo. Porém Baptista teria que ficar em casa com minha mãe e provavelmente nada perguntaria, apenas continuaria trancado em sua casa.

Enquanto voltávamos ao grupo, nada disse a Gabriel, mas na realidade nem saberia o que dizer. Apenas olhava para ele e depois para Kenji que mentalmente me dizia: "Eu te entendo." Não fizemos comentários, estávamos mais preocupados com o novo AGAPe que surgia.

No bairro de Noé as pessoas relataram que havia um monstro atacando o local, ninguém porém sabia como era a criatura. Tudo que sabiam era que os corpos sempre apareciam debaixo de uma mesma árvore.

Imaginei se não fosse outro AGAPe se disfarçando de criança ou animal. Desde a morte de Bruno não confio em mais nada, e Gabriel ainda me tirou o pouco de esperança que me restou.

Obviamente fomos investigar a árvore. Faz tempo que não converso muito com Luis. Estávamos nos afastando cada vez mais e nem cheguei a dizer que o amava. Outra coisa que percebi durante minha ausência era que Caioviskhy e Suzana continuavam mais unidos ainda. Mais do que deveriam. E o pior é que eu não era a única que queria "bisbilhotar". Toda vez que eles se afastavam da equipe, Kowalsky ia atrás deles.

Tivemos que investigar o local mas cada vez mais é difícil encontrar cabeça para isso, nosso grupo estava ficando mais disperso e os problemas iam aumentando a medida que os AGAPes iam ficando cada vez mais difíceis de combater.

Aproximamo-nos da árvore. Nada havia de estranho por ali a não ser os corpos atirados pelo chão. Pensei se a criatura não estava vivendo ali por perto, ou mesmo usando a árvore como sua toca. Estas eram minhas sugestões, porém em pouco tempo isso estava próximo de mudar.

Miranda chegou próximo à árvore e a chutou.

- Essa porcaria deve estar escondida bem perto. - Ela disse.

Para dizer estas palavras, ela precisou virar em minha direção, o suficiente para que um dos galhos da árvore enrolasse em sua perna e a puxasse em direção aos ramos. Tentei ajudá-la e igualmente fui puxada por outro galho de árvore. Foi assim que percebi que a árvore era um AGAPe disfarçado. Não estava confiando nas pessoas, porém nunca imaginei que um AGAPe poderia estar disfarçado de um vegetal. O pessoal do laboratório Sextante tem ideias bem originais e criativas. Por isso chamei a criatura de "O Vegetal".

Em pouco tempo estávamos enrolados pelo pescoço com as pernas balançando visualizando o restante da equipe de cima. Ninguém se aproximou da árvore, apenas ficaram de longe pensando em uma estratégia para atacar o vegetal sem que nos causasse danos, mas que deveriam agir imediatamente, já que em pouco tempo seríamos enforcadas pela árvore e seríamos apenas mais dois corpos misturados aos que já estavam abandonados ali.

Como sempre, a primeira estratégia de Luis foi apontar a sua bazuca em direção à árvore, mas ele foi imediatamente interrompido por Gabriel.

- Não faça isso! Você vai matá-las! - Disse Gabriel, ele tinha razão.

Já não sentia mais o fôlego pelas minhas vias respiratórias, tudo o que via era Miranda na mesma situação que eu. Ouvi uma pequena discussão mas não pude compreender exatamente o que era, mas imagino que estavam bolando uma estratégia, porém essa equipe fica meio desnorteada quando a líder não dá as ordens.

Tudo começou a ficar escuro, não sentia mais membro algum do meu corpo e por instantes achei mesmo que já estava morta. Desmaiei.

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