Projeto AGAPe: Caçadores de Monstros - Capítulo 8: AGAPe #7 O Espinhoso (Parte 1)

Capítulo 1 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 2 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 3 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 4 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 5 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 6 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 7 (Parte 1 | Parte 2)

Nossa vida é assim: quando alguém morre devemos continuar e fingir que nada houve. Parece uma dura realidade mas é a que vivemos.

Às vezes parece que não temos descanso. Depois de dois meses trabalhando normalmente ganhamos uma semana para ficar em casa com a família. Muitos integrantes morrem durante as férias, e também é bem comum sua família ser assassinada enquanto você está com ela.

Minha mãe porém implorou para que eu passasse ao menos o final de semana em casa. Assim o fiz.

Atualmente moro apenas com minha mãe e meu irmão mais velho. Nosso pai foi morto por um AGAPe como eu já havia dito antes e desde então minha mãe tem sido muito cautelosa conosco, especialmente com o meu irmão.

Meu irmão se chama Baptista. Ele tem trinta anos e sofre de transtorno bipolar, transtorno adquirido desde que foi molestado por nossa tia-avó em sua adolescência. Ele alterna entre momentos de euforia e depressão e, infelizmente, estava depressivo quando cheguei em casa.

Kenji e Gabriel vieram comigo passar pelo menos dois dias em casa, afinal eles não têm família para visitar e é comum passarem as "férias" na casa de algum integrante de suas equipes.


Os "problemas" começaram quando Gabriel acordou tarde, umas onze horas da manhã. Minha mãe odeia que qualquer pessoa acorde tarde. Gabriel é muito preguiçoso e desleixado, não nos auxiliando nas tarefas domésticas, outra coisa que irritava bastante minha mãe. Com Kenji a situação já era diferente; ajudava minha mãe até por demais e fazia o serviço por Gabriel.

Kenji se dirigiu até uma porta com uma adesivo bem grande escrito NÃO PERTUBE!. Querendo entrar para arrumar o local foi imediatamente interrompido por minha mãe.

- Você não pode entrar aí agora.

- Por que não. - perguntou Kenji.

- Esse é o quarto de meu filho Baptista. Ele não quer que entrem em seu quarto agora. Quando puder ele mesmo o limpa.

Tive que explicar a situação a Kenji que compreendeu imediatamente. Fomos até à cozinha para tomarmos um lanche quando ouvimos um grito e o som de algo caindo no chão. Corremos e vimos Gabriel - ainda em seus pijamas - caído em cima de uma mesinha da sala reclamando de dores.

- O que aconteceu? - perguntou Kenji.

- Eu fui entrar naquele quarto para perguntar onde ficava o banheiro. Um maluco idiota abriu a porta e me arremessou da escada! - respondeu Gabriel.

Olhei para cima e vi, segurando o corrimão da escada, Baptista com olhar de fúria, então virou-se e trancou-se de volta em seu quarto. Tive que explicar a situação a Gabriel, que não compreendeu e ainda ficou murmurando.

Aquela seria uma tarde perfeita se não tivéssemos sido atacados pelo Espinhoso. Era uma criatura que possuía espinhos por todo o seu corpo. Utilizando seus espinhos ele arrancou a porta de casa e a arremessou para longe. Minha mãe não parava de gritar, então tive que conte-la.

- Kenji leve-a para um local seguro! - gritei.

- E Baptista! - gritou minha mãe. - Ele ainda está em seu quarto!

- A criatura nem chegará perto dele, isso eu lhe garanto! - acalmei minha mãe.

- E quanto a mim? - perguntou Gabriel.

- Você vem comigo!

- Não é melhor eu resguardar sua mãe?

- Não.

Puxei Gabriel e juntos fomos em direção ao Espinhoso. Ele conseguia lançar seus espinhos em nossa direção. Um escudo seria necessário naquele momento mas nós não o possuíamos, então tivemos que nos desviar dos espinhos. Quanto mais perto estávamos mais próximo de nós o espinho alcançava.

Puxei minha arma e comecei a atirar contra a criatura que agora se desviava e cessou a chuva de espinhos. Então ele começou a subir as escadas. Estava indo em direção ao quarto de Baptista. Atirei contra o AGAPe que continuava seu percurso até parar diante da porta de meu irmão. Um de seus dedos aumentou em comprimento e assim ele perfurou a porta, arrancou-a e atirou-a em nossa direção. A porta acertou Gabriel que acabou desmaiando.

A criatura então foi recebida por um estrondo e foi atirada para bem longe. Olhei e percebi que Baptista segurava uma arma de munição pesada. O impacto causou um rombo na criatura, porém ela não morreu, apenas saiu correndo.

Baptista desceu as escadas e veio andando em nossa direção. Apenas olhou em meus olhos e disse: Não me perturbe. Então pegou Gabriel em seus braços e levou-o até seu quarto.


Não demorou muito para que Kenji voltasse com minha mãe. Toda nossa casa estava destruída. Baptista apoiou a porta de seu quarto no lugar de onde havia sido retirada para que continuasse tendo privacidade.

- Onde está Gabriel? - perguntou Kenji.

- Baptista está cuidando dele. - respondi.

Não demorou muito para que membros da Equipe 93 surgisse.

- Estávamos caçando um AGAPe. - disse o líder. - E ele veio nesta direção.

Entre eles estavam Shadow e Lua.

- Deixa que nós resolvemos isso! - disse Lua.

- Mas vocês estão de férias. - disse um dos integrantes da Equipe 93.

- Não se preocupe. - Kneji respondeu. - Apenas cuide da mãe de Ana Kelly que vamos atrás do monstro.

O líder concordou. Assim arrumamos nossas armas e fomos atrás da criatura. Antes de partirmos algo me parou. Uma voz que veio por de trás de nós.

- Vou com vocês.

Baptista me olhava com seu rosto negro e sombrio.

- Não. Fique aí. Cuide de nossa mãe e do Gabriel.

- Você não pode me obrigar!

Infelizmente eu teria que carregar mais um cara desobediente e teimoso por aí, mas pelo menos juntos iríamos vingar o que a criatura fez com nossa casa. Minha mãe não soube disso, e se soubesse piraria, mas uma hora iria saber. E assim partirmos para caçar o AGAPe eu, Kenji, Lua, Shadow e Baptista. Espero que nada aconteça com meu irmão.

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