Projeto AGAPe: Caçadores de Monstros - Capítulo 6: AGAPe #5 O Pedófilo (Parte 1)

Capítulo 1 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 2 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 3 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 4 (Parte 1 | Parte 2); Capítulo 5 (Parte 1 | Parte 2)

Estávamos na base quando foi identificado o próximo AGAPe. Este atacava apenas crianças. Então chamei-o de pedófilo, algo que faria todos rirem se soubessem que eu dou apelidos aos AGAPes.

Partimos. Henrique me elogiou muito por, àquele momento, eu ainda ter minha equipe intacta (ele nunca soube o que fiz com Caioviskhy e Kowalsky). Fomos ao bairro de Gertrudes caçar criaturas que tocavam o terror às crianças da região.

Desde que voltou da caçada à Serpente Emplumada percebi que Caioviskhy e Suzana andam muito juntos e de vez em quando se separam do grupo. Quem me dera que fosse apenas um caso de amor juvenil. Talvez eu apenas estivesse com inveja de que poderia ser eu e Luis naquela situação.

Desde àquele dia Caioviskhy nunca disse uma só palavra a mim. Kowalsky era mais humilde e compreendeu o que eu estava tentando fazer com eles. E então ouvimos um choro.

- Espero que não seja um AGAPe imitando o choro de uma criança. - disse Shadow.

Ele poderia estar certo, mas era uma criança mesmo. Um menino que aparentava ter seis anos, muito fofo. Tinha fugido de casa quando ela foi invadida pelo Pedófilo e desde então não conseguiu voltar para casa. Deveríamos resguardar o menino.

- Vamos usar a criança como isca. - disse Caioviskhy.

Antes mesmo de eu intervi-lo, Bruno o fez.

- Você está louco? Vamos leva-lo à base. Eles saberão o que fazer.

Nunca vi Bruno daquele jeito. Normalmente ele seria o primeiro a oferecer qualquer um como isca, só de brincadeira é claro. Mas ele estava sério. Tão sério que assustou a todos.

- Estava apenas brincando. - disse Caioviskhy, obviamente tentando fingir que apenas brincava.

- Papa, você sabe que ele estava apenas brincando. - defendeu-o Suzana.

Logo, os três começaram a discutir. Tive que intervir. Apartar brigas na equipe estava me acabando mas era um trabalho que eu tinha que fazer.

- Papa, você será o responsável por levar o garoto até à base. Os demais vão caçar a criatura.

- Posso levar alguém comigo? - perguntou Bruno.

- Pode sim. Quantas quiser.

Então Bruno escolheu para ir consigo Beruccia, Shadow e, eu. Caioviskhy se revoltou e disse que não iria caçar AGAPe algum sem a líder. Foi bom ouvi-lo me chamar de líder pela primeira vez, porém tive que negar seu pedido de novo.

- Venha cá amigão! - disse Kowalsky sarcasticamente enquanto encostava o braço em seu ombro - Vai ser divertido!

- Você sabe que a Beruccia vai com o Bruno. - respondeu-lhe Caioviskhy tirando o braço.

- Sei. Assim ela aprende a cuidar de nosso filho, digo, do filho que ela vai ter com seu futuro marido.

Acho que mais idiota que o Kowalsky era Beruccia que não percebia suas cantadas óbvias. Um casal perfeito.


Partimos eu, Bruno, Beruccia e Shadow. Às vezes não queremos nos apegar com pessoas e então não perguntamos seu nome, mas tivemos que saber o nome da pequena criança que levamos. Em soluços ela revelou se chamar Bruno Jr., o que fez Bruno começar a chorar intensamente. Não entendia aquilo já que Bruno sempre fez a alegria da galera, e estava ali fingindo que não chorava, mas estava claro que havia algo de errado com ele. Só que aquele não era o momento apropriado para aquilo.

Estávamos caminhando quando ouvimos a criatura se aproximando. Por mais que Caioviskhy tivesse falando besteira, era certo que o AGAPe viria em nossa direção e que o Júnior seria uma isca perfeita. Nossa missão porém era ajuda-lo a voltar para casa em segurança, e para isso deveríamos resguarda-lo em nossa base.

A criatura tinha pernas peludas e com cascos como um pode e sua cabeça se abria ao meio para dar lugar a sua boca enorme com dentes para triturar seu alimento preferido: crianças. Como um bode corria rápido em nossa direção. Bruno atirou-lhe um bumerangue que voltou e atingiu a criatura na cabeça, mas esta conseguiu se erguer novamente e continuou seu trajeto.

Usamos nossas armas para distrair a criatura o máximo possível e fugimos. Conseguimos nos esconder no topo de uma árvore levando conosco o Bruno Jr. A criatura tentou nos alcançar, cansou-se e foi embora.

Somente depois de algum tempo é que vimos que poderíamos descer em segurança. Olhei para o lado e vi Bruno falando baixinho com Júnior.

- Não se preocupe, eu vou te proteger.

Comentários